Festa do Divino Espirito Santo em Crixás
11 de fevereiro de 2012
O Imperador com sua equipe viajavam para Goiás Velho com uma comitiva de cargueiros para fazer compras dos ingredientes que gastavam na festa: fogos, açúcar, vinhos pinga, e especiarias como cravo, canela, e pimenta do reino. Em Crixás fabricava-se a carne seca para a mariazabé principal prato servido na festa. O Imperador recebia as famílias de visitantes em sua residência temporária que era a casa Grande, acompanhava a Alvorada com tiros de ronqueira, a Procissão da Coroa, e das Bandeiras no final da festa. Fazia parte da sua comitiva: o Capitão do mastro, o Capitão da fogueira, Alferes da Bandeira Grande e a comissão da folia: violeiros, caixeiros, salveiros, palmeiros, foliões etc. o Imperador era a figura de destaque juntamente com a Imperatriz com trajes a rigor que ostentava a pose de um rei. Era o cargo mais almejado daquela época. A renda da festa pagava as despesas do Imperador e o que sobrasse era entregue para a administração da Igreja.
FOLIAS: os Alferes eram escolhidos por sorteio. Pessoas de consideração na sociedade cabiam a eles o sucesso dos giros das Folias. As primeiras folias de Crixás receberam os nomes das direções que seguiam: a do Sertão seguia na direção do interior do município atualmente Santa Terezinha de Goiás, Campos Verdes, Mara Rosa, Uirapuru e região. A do São Patrício rumo à região atual de Nova America e Itapaci. A de Santa Rita seguia a direção á cidade de Santa Rita próxima a Cidade de Goiás Velho e região.
O Giro das três eram feitos nas fazendas. Na cidade de Crixás muito pequena o giro era feito pelo alferes da Bandeira Grande acompanhado pelas famílias da sociedade. Quem fazia o peditório eram moças escolhidas entre as mais bonitas da época todas com um cestinho na mão recolhendo os donativos (Moedas, Ouro, etc.)
Danças: as danças realizadas nas folias eram de origem Afro- brasileiro: a dança do tambor que relembra as danças das senzalas onde varias pessoas cantam musicas com versos repetidos numa grande roda, seus instrumentos são os tambores feito de pau oco e de vários tamanhos. È uma verdadeira coreografia.
Catira ou cateretê: animada e barulhenta dançada ao som da viola e pandeiros.
Batuque: a dança da chegada das folias quando se homenageia o dono da casa.
Veadeira: muito parecida com a catira porem o sapateado é mais rápido, temos ainda a dança do ponto, Carneiro, etc.
A partir de 1972 houve uma grande pausa na festa do Imperador. A demolição da casa Grande seu principal reduto de acolhimento das festas que causou uma grande perca das nossas tradições principalmente para a juventude que participava das danças e coreografias da festa, também dos cânticos típicos da época que veio os afastar do convívio da sociedade familiar, seguindo outros caminhos e até outras religiões.
Após 30anos parados retornou aos festejos do divino a figura do Imperador, após muita luta de D. Delmira Machado e o casal Ana Carvalho e Joaquim Maciel apoiados elo Pároco Vanildo Fernandes da Motta.
Faltando muitas de suas características tradicionais nossa festa do Divino permanece até hoje
Galeria de Imagens:
Crixás junho de 2011.
Maria Madalena de Lima